Queridos jovens:
É com alegria que neste dia 08 de dezembro, festa da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora, informa a quem ainda não sabe, que o Papa
Francisco abriu a Porta Santa da Catedral de São Pedro iniciando o Ano Jubilar
Extraordinário da Misericórdia, que se estenderá até o dia 20 de novembro de
2016, período em que devemos cuidar para cumprir de forma especial o
aprofundamento de nossa espiritualidade e o reforço de nossa misericórdia.
Para nós católicos isso é muito importante, e por isso,
devemos conhecer um pouco mais o que significa o ano jubilar.
INÍCIO: 08/12/2015 (solenidade da Imaculada Conceição a
20/11/2016 (Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo).
COMO INICIA: Com a abertura da Porta Santa da Basílica de
São Pedro, no dia 08 de dezembro de 2015.
ORIGEM ESTÁ NO ANTIGO TESTAMENTO: a origem está no capítulo
25 do Livro Levítico, em que Deus ordena a Moisés:
“Falou mais o
Senhor a Moisés no monte Sinai, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e
dize-lhes: quando tiverdes entrado na terram, que eu vos dou, então a terra
descansará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra e seis anos
podarás a tua vinha e colherás os seus frutos. Porém, no sétimo ano haverá
sábado de descanso para a terra e um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo
nem podarás a tua vinha. O que nascer de si mesmo da tua sega, não colherás, e
as uvas da tua separação não vindimarás; ano de descanso será para a terra. Mas
os frutos do sábado da terra vos serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à
tua serva, e ao teu diarista, e ao
estrangeiro que peregrina contigo. E ao teu gado, e aos teus animais, que estão
na tua terra, todo o seu produto será por mantimento.
Também contarás
sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete
semana de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do
mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a
trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano quinquagésimo, e
apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos
será, e tornareis, cada um à sua possessão, e a cada um à sua família. O ano
quinquagésimo vos será jubileu; não semeareis nem colhereis o que nele nascer
de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das separações porque jubileu é,
santo será para vós; a novidade do campo comereis. ...” (Levítico 25, 1-12)
BASE EVANGÉLICA: Evangelho de São Lucas, reconhecido como o
“evangelista da misericórdia”. Entre as parábolas que Lucas refere estão as da
ovelha perdia, da moeda perdida e do pai misericordioso. Tomando por base a
palavra evangélica de São Lucas que descreve a pregação de Jesus em uma
Sinagoga no dia de sábado quando proclamou um trecho do livro do Profeta
Isaías: “O espírito do Senhor está sobre
Mim, por isso ele Me ungiu e Me mandou anunciar aos pobres uma mensagem, para
proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista,
para colocar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça ao Senhor”
(Lc 4, 18-20).
O QUE É JUBILEU: é uma comemoração religiosa da Igreja
Católica, celebrada dentro de um Ano Santo, que acontece a cada 25 anos para
que cada geração experimente pelo menos um em sua vida. No ano jubilar o
católico pode alcançar uma indulgência plenária mediante a abertura da Porta Santa
da Catedral de São Pedro e das catedrais e igrejas que os bispos diocesanos
definirem. O primeiro ano Jubilar foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, em
22 de fevereiro de 1300, com a bula “Antiquorum
fide relatio” instituiu o primeiro jubilei católico. Inicialmente, foi
previsto que o ano jubilar se repetiria a cada 100 anos. Em seguida fixou-se em
50 anos e posteriormente em 25 anos o espaço de tempo para a realização do ano
jubilar, de forma a permitir que todas as gerações possam viver a graça desse
evento.
O QUE É BULA PAPAL: é uma carta especial ou documento
relativo a matéria de fé ou a questões gerais e que possui o selo do Papa.
O QUE É JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRIDA: é o jubileu
convocado pelo Papa Francisco para acontecer no ano em que se festeja o 50º
aniversário do encerramento do Concílio Vaticano Segundo. Quando anunciou o
Jubileu da Misericórdia o Papa centrou a atenção em duas palavras: AMOR e JUIZO
para caracterizar a misericórdia.
·
O AMOR está expresso no acolhimento de Jesus em
relação à mulher pecadora, que permite que ela se aproxime e chore lavando Seus
pés e enxugando-os com seus cabelos: um encontro que mostra o AMOR de Deus.
·
O JUÍZO, é exemplificado no episódio em que
Simão, o fariseu, convidou Jesus para jantar e não consegue reconhecer quem é
seu convidado, não conseguindo também encontrar o caminho do amor.
O QUE É A PORTA SANTA: é uma porta que se encontra em cada
uma das quatro principais Basílicas de Roma: Basílica de São Pedro, Basílica de
São João Latrão, Basílica de São Paulo Fora dos Muros e Basílica de Santa Maria
Maior. Essa só é aberta durante o Ano Santo e simboliza o conceito de que,
durante o Jubileu, é oferecido um “percurso extraordinário” para a salvação.
Inicia-se com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro e
sucessivamente nas demais. No Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia serão
abertas as portas santas de todas as catedrais do mundo, permitindo a passagem
do católico rumo a um caminho misericordioso
A QUE NOS CONVOCA O JUBILEU: a vivermos intensamente esse
ano jubilar aprofundando nossos conhecimentos na leitura, na meditação e na
oração. Somos chamados a buscar novo alento e ardor na vocação para a missão do
amor, dedicando-nos a renovar e reforçar nossa missão profética na paróquia e
na comunidade. Assumir com mais força nosso compromisso evangélico e apostólico
com sólida base na Eucaristia.
O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS: o pecado tem duas
consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada pela confissão. A pena é o
castigo que resulta da culpa e que passa pelo cumprimento temporal. A pena pode
ser reparada mediante a indulgência que pode ser parcial ou plenária (total)
O QUE É INDULGÊNCIA PLENÁRIA: indulgência é perdão da pena.
Indulgência plenária é a remissão total da pena temporal devida pelos pecados
já perdoados, todos os pecados pendentes, sendo necessária para os pecados
mortais a confissão e que aquele que quer receber a indulgência esteja
realmente arrependido de seus pecados.
O JUBILEU É IMPORTANTE PARA MIM? Sim, é de extrema
importância porque temos condições de promover um aprofundamento em nossa fé
através da oração, do estudo e da meditação e, principalmente, temos
oportunidade de alcançarmos a indulgência plenária.
COMO ALCANÇAR A INDULGÊNCIA PLENÁRIA DO JUBILEU: O papa Francisco determinou a forma como se
adquire a indulgência plenária neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia
(carta do Papa Francisco a D. Rino Fischella, presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização):
1- PEREGRINAÇÃO ATÉ A PORTA SANTA
“Para viver e obter a indulgência os fiéis
são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em
cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro
Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira
conversão”.
2-DOENTES E PESSOAS IMPOSSIBILITADAS
“Penso também em quantos, por diversos
motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os
doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições
de não poder sair de casa. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de
provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração
comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles
o modo de obter a indulgência jubilar”.
3-ENCARCERADOS
“O meu pensamento dirige-se também aos
encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. Nas capelas dos
cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta
da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto
signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus,
capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em
experiência de liberdade”.
4-OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS OU
CORPORAIS
“Todas as vezes que um fiel viver uma ou
mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o
compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e
exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto,
tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é
celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.
5-FIÉIS FALECIDOS
“A indulgência jubilar pode ser obtida
também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e
caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística,
também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para
que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e
possa abraçá-los na beatitude sem fim”.
6-FIÉIS QUE FREQUENTAREM IGREJAS DA
FRATERNIDADE SÃO PIO X
[A Indulgência também] “é dirigida aos fiéis
que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas
pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Movido pela exigência de
corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos,
durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento
da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam
validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.
BULA DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA: é um jubileu
especial, convocado pelo Papa Francisco através da Bula Misericordiae Vultus”,
com ênfase especial na Misericórdia. Ao concluir o chamado, na Bula que editou,
o Papa Francisco escreve:
Será, portanto, um Ano Santo extraordinário
para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre,
estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca
Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e
deseja partilhar connosco a sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de
anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz
da misericórdia seu convicto anúncio. Sabe que a sua missão primeira, sobretudo
numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e fortes contradições, é a
de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando
o rosto de Cristo. A Igreja é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira
testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da
Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do
mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da
misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número
daqueles que dela se abeirem. Sempre que alguém tiver necessidade poderá aceder
a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim. Quanto insondável é a
profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável a riqueza que dela
provém.
Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco
da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto
de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia
e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de
cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: « Lembra-te,
Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre »
(Sl 25/24, 6).
(Texto integral da B
ula em http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa/francesco_bolla_20150411_misericordiae-vultus.html)