terça-feira, 20 de setembro de 2016

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA -ALGUMAS CONSIDERAÇÕES



Tio Fernando Lehnen, Objetivo Novo de Apostolado – ONDA, Paróquia Senhor Bom Jesus, Diocese de Novo Hamburgo.

ORIGEM: Bula do Jubileu Extraordinário da Misericórdia (08/12/2015 a 20/11/2016 (dia de Cristo Rei)

MOTIVO DA CONVOCAÇÃO: Celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II

ANO JUBILIAR: ano especial de GRAÇA
·         Ano Jubilar Judeu:
o   A cada sete anos sabáticos
§  Ano sabático: a cada sete anos os judeus deixavam de cultivar a terra por um ano (Ex. 23,10-11;  Lv 25,2-8)
o   No ano jubilar (a cada sete anos sabático) os judeus deviam:
§  `perdoar os devedores
§  libertar os escravos
§  reconciliar-se com Deus para voltar ao caminho da Salvação
·         Origem do ano jubilar católico:
o   Papa Bonifácio VIII, em 22/02/1300, dando novo significado à Peregrinação a Roma para visitar os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo.
o   Quando ocorre:
§  A cada 25 anos de final 00, 25, 50 e 75.
§  Quando o Papa convoca um Jubileu Extraordinário como o que está ocorrendo em 2016: ano Jubilar da Miserícórdia
o    
o   Nenhum trabalho agrícola
o   Liberdade incondicional de todo escravo hebreu
o   Devolução de todos os campos a seus proprietários originais
·         CHAMADA AO ECUMENISMO
o   Diálogo com outros credos

MISERICÓRDIA

·         João 8, 2 a 11 – Mulher Adúltera
o   Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou. Ela respondeu: “Ninguém”. Então Jesus disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
·         Lucas 10: 30-37 – Homem assaltado em Jericó (Sacerdote, Levita e Samaritano)
o   Homem salteado em Jericó - .... “qual desses três parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: o que usou de MISERICÓRDIA para com ele.
·         Misericórdia é compadecimento e perdão.
·         Misericórdia de Deus é infinita e eterna: sempre pecamos e Deus está pronto a nos perdoar e receber
·         Misericórdia é a libertação do julgamento.

      OBRAS DE MISERICÓRDIA 
      
- CORPORAIS
§  Dar de comer a quem tem fome
§  Dar de beber a quem tem sede
§  Vestir os nus
§  Visitar os doentes
§  Visitar os presos
§  Acolher os peregrinos
§  Enterrar os mortos

ESPIRITUAIS
§  Dar bons conselhos
§  Corrigir os que erram
§  Ensinar os ignorantes
§  Suportar com paciência as fraquezas do próximo
§  Consolar os aflitos
§  Perdoar os que nos ofenderam
§  Rezar pelos vivos e pelos mortos

PEREGRINAÇÃO PARA LOCAL ONDE HÁ A PORTA SAGRADA
·         Em Novo Hamburgo:
o   Na Catedral: a porta à esquerda de quem entra.
o   No Santuário das Mães: a porta principal de entrada
·         Caminhar intencionalmente até locais definidos pela Igreja onde está a Porta Sagrada e cruzar por essa porta.
·         “SINAL peculiar no ano Santo, enquanto ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência”.
·         Fazer segundo suas próprias forças
·         Sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício

SIGNIFICADO DE ATRAVESSAR A PORTA SANTA
·         Abraçar a misericórdia de Deus
·         Comprometimento em ser misericordioso com os outros
·         SER MISERICORDIOSO COMO O PAI É (lema do Ano Santo)
·         Refletir sobre  as obras de misericórdia corporal e espiritual
·         Consciência para com a POBREZA

QUEM PEREGRINAR PODE ALCANÇAR INDULGÊNCIA PLENÁRIA
·         ATÉ QUANDO? Até o dia da Festa de Cristo Rei (08/12/2016)
·         CONDIÇÃO: busca do Sacramento da Reconciliação (Confissão)
·         Deus perdoa, mas resta um saldo de pena
·         A força do Pecado nos condiciona
·         Apesar do perdão, levamos conosco contradições consequentes do pecado
·         Sacramento da Reconciliação – Deus perdoa e apaga os pecados, mas resta o cunho negativo do pecado em nosso comportamento
·         Buscar o Sacramento da Reconciliação até a festa de Cristo Rei (08/12/2016)

COMO ALCANÇAR A INDULGÊNCIA NO ANO DA MISERICÓRDIA
·         VIVER A INDULGÊNCIA SIGNIFICA APROXIMAR-SE DA MISERICÓRDIA DE DEUS
o   Confissão sacramental
o   Comunhão eucarística
o   Oração nas intenções do Sumo Pontífice

ORAÇÃO
·         A Deus
·         A Maria
·         Aos santos e beatos

domingo, 11 de setembro de 2016

ANO JUBILAR EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA



Queridos jovens:

É com alegria que neste dia 08 de dezembro, festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, informa a quem ainda não sabe, que o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Catedral de São Pedro iniciando o Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia, que se estenderá até o dia 20 de novembro de 2016, período em que devemos cuidar para cumprir de forma especial o aprofundamento de nossa espiritualidade e o reforço de nossa misericórdia.

Para nós católicos isso é muito importante, e por isso, devemos conhecer um pouco mais o que significa o ano jubilar.


INÍCIO: 08/12/2015 (solenidade da Imaculada Conceição a 20/11/2016 (Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo).

COMO INICIA: Com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no dia 08 de dezembro de 2015.

ORIGEM ESTÁ NO ANTIGO TESTAMENTO: a origem está no capítulo 25 do Livro Levítico, em que Deus ordena a Moisés:
“Falou mais o Senhor a Moisés no monte Sinai, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: quando tiverdes entrado na terram, que eu vos dou, então a terra descansará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra e seis anos podarás a tua vinha e colherás os seus frutos. Porém, no sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra e um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha. O que nascer de si mesmo da tua sega, não colherás, e as uvas da tua separação não vindimarás; ano de descanso será para a terra. Mas os frutos do sábado da terra vos serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva,  e ao teu diarista, e ao estrangeiro que peregrina contigo. E ao teu gado, e aos teus animais, que estão na tua terra, todo o seu produto será por mantimento.
Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semana de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e a cada um à sua família. O ano quinquagésimo vos será jubileu; não semeareis nem colhereis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das separações porque jubileu é, santo será para vós; a novidade do campo comereis. ...” (Levítico 25, 1-12)

BASE EVANGÉLICA: Evangelho de São Lucas, reconhecido como o “evangelista da misericórdia”. Entre as parábolas que Lucas refere estão as da ovelha perdia, da moeda perdida e do pai misericordioso. Tomando por base a palavra evangélica de São Lucas que descreve a pregação de Jesus em uma Sinagoga no dia de sábado quando proclamou um trecho do livro do Profeta Isaías: “O espírito do Senhor está sobre Mim, por isso ele Me ungiu e Me mandou anunciar aos pobres uma mensagem, para proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista, para colocar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça ao Senhor” (Lc 4, 18-20).

O QUE É JUBILEU: é uma comemoração religiosa da Igreja Católica, celebrada dentro de um Ano Santo, que acontece a cada 25 anos para que cada geração experimente pelo menos um em sua vida. No ano jubilar o católico pode alcançar uma indulgência plenária mediante a abertura da Porta Santa da Catedral de São Pedro e das catedrais e igrejas que os bispos diocesanos definirem. O primeiro ano Jubilar foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, em 22 de fevereiro de 1300, com a bula “Antiquorum fide relatio” instituiu o primeiro jubilei católico. Inicialmente, foi previsto que o ano jubilar se repetiria a cada 100 anos. Em seguida fixou-se em 50 anos e posteriormente em 25 anos o espaço de tempo para a realização do ano jubilar, de forma a permitir que todas as gerações possam viver a graça desse evento.

O QUE É BULA PAPAL: é uma carta especial ou documento relativo a matéria de fé ou a questões gerais e que possui o selo do Papa.

O QUE É JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRIDA: é o jubileu convocado pelo Papa Francisco para acontecer no ano em que se festeja o 50º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano Segundo. Quando anunciou o Jubileu da Misericórdia o Papa centrou a atenção em duas palavras: AMOR e JUIZO para caracterizar a misericórdia. 
·         O AMOR está expresso no acolhimento de Jesus em relação à mulher pecadora, que permite que ela se aproxime e chore lavando Seus pés e enxugando-os com seus cabelos: um encontro que mostra o AMOR de Deus.
·         O JUÍZO, é exemplificado no episódio em que Simão, o fariseu, convidou Jesus para jantar e não consegue reconhecer quem é seu convidado, não conseguindo também encontrar o caminho do amor.

O QUE É A PORTA SANTA: é uma porta que se encontra em cada uma das quatro principais Basílicas de Roma: Basílica de São Pedro, Basílica de São João Latrão, Basílica de São Paulo Fora dos Muros e Basílica de Santa Maria Maior. Essa só é aberta durante o Ano Santo e simboliza o conceito de que, durante o Jubileu, é oferecido um “percurso extraordinário” para a salvação. Inicia-se com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro e sucessivamente nas demais. No Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia serão abertas as portas santas de todas as catedrais do mundo, permitindo a passagem do católico rumo a um caminho misericordioso

A QUE NOS CONVOCA O JUBILEU: a vivermos intensamente esse ano jubilar aprofundando nossos conhecimentos na leitura, na meditação e na oração. Somos chamados a buscar novo alento e ardor na vocação para a missão do amor, dedicando-nos a renovar e reforçar nossa missão profética na paróquia e na comunidade. Assumir com mais força nosso compromisso evangélico e apostólico com sólida base na Eucaristia.

O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS: o pecado tem duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada pela confissão. A pena é o castigo que resulta da culpa e que passa pelo cumprimento temporal. A pena pode ser reparada mediante a indulgência que pode ser parcial ou plenária (total)

O QUE É INDULGÊNCIA PLENÁRIA: indulgência é perdão da pena. Indulgência plenária é a remissão total da pena temporal devida pelos pecados já perdoados, todos os pecados pendentes, sendo necessária para os pecados mortais a confissão e que aquele que quer receber a indulgência esteja realmente arrependido de seus pecados.

O JUBILEU É IMPORTANTE PARA MIM? Sim, é de extrema importância porque temos condições de promover um aprofundamento em nossa fé através da oração, do estudo e da meditação e, principalmente, temos oportunidade de alcançarmos a indulgência plenária.

COMO ALCANÇAR A INDULGÊNCIA PLENÁRIA DO JUBILEU:  O papa Francisco determinou a forma como se adquire a indulgência plenária neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia (carta do Papa Francisco a D. Rino Fischella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização):
1- PEREGRINAÇÃO ATÉ A PORTA SANTA
“Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão”.
2-DOENTES E PESSOAS IMPOSSIBILITADAS
“Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.
3-ENCARCERADOS
“O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
4-OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS OU CORPORAIS
“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.
5-FIÉIS FALECIDOS
“A indulgência jubilar pode ser obtida também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.
6-FIÉIS QUE FREQUENTAREM IGREJAS DA FRATERNIDADE SÃO PIO X
[A Indulgência também] “é dirigida aos fiéis que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.

BULA DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA: é um jubileu especial, convocado pelo Papa Francisco através da Bula Misericordiae Vultus”, com ênfase especial na Misericórdia. Ao concluir o chamado, na Bula que editou, o Papa Francisco escreve:
Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar connosco a sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio. Sabe que a sua missão primeira, sobretudo numa época como a nossa cheia de grandes esperanças e fortes contradições, é a de introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus, contemplando o rosto de Cristo. A Igreja é chamada, em primeiro lugar, a ser verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente a grande torrente da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se abeirem. Sempre que alguém tiver necessidade poderá aceder a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim. Quanto insondável é a profundidade do mistério que encerra, tanto é inesgotável a riqueza que dela provém.
Neste Ano Jubilar, que a Igreja se faça eco da Palavra de Deus que ressoa, forte e convincente, como uma palavra e um gesto de perdão, apoio, ajuda, amor. Que ela nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente a confortar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem cessar: «Lembra-te, Senhor, da tua misericórdia e do teu amor, pois eles existem desde sempre» (Sl 25/24, 6).
(Texto integral da Bula em http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa/francesco_bolla_20150411_misericordiae-vultus.html)